Se houve um público que despertou de forma especial o carinho e a atenção do Papa Francisco, foram os jovens. Desde o início do seu pontificado, ele sempre insistiu em algo essencial: a juventude não é o futuro da Igreja — é o agora! Francisco reconhecia nos jovens uma força transformadora, uma inquietação saudável capaz de renovar a Igreja e o mundo.

Com seu jeito simples, direto e muitas vezes bem-humorado, o Papa conseguia dialogar com os jovens de maneira única. Desafiava-os a sonhar alto, a não se acomodar e a viver com coragem a sua fé no mundo. Suas palavras não eram de condenação, mas de esperança e incentivo — ele olhava para a juventude com ternura, mas também com exigência: chamava-os a uma fé viva, encarnada e comprometida.

Jovens, protagonistas da história

Em diversos momentos, especialmente nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), o Papa reforçava que os jovens não deveriam ser “apenas espectadores”, mas protagonistas da transformação do mundo. Convidava-os a sair do sofá, deixar o comodismo de lado e colocar seus dons a serviço dos outros. Mais do que ocuparem espaços na Igreja, ele desejava que os jovens ajudassem a moldar seus rumos.

“Queridos jovens, não tenhais medo de sonhar coisas grandes!”
(Papa Francisco, JMJ Cracóvia, 2016)

Francisco sabia que a juventude tinha uma capacidade única de sonhar com um mundo melhor e de agir com paixão e criatividade. Convocava-os a serem construtores de pontes, promotores da paz e defensores da dignidade humana.

“Fazei barulho!”

Talvez uma das falas mais conhecidas do Papa aos jovens tenha sido a famosa frase:

“Fazei barulho, quero ver vocês agitados, indo pelas ruas!”
(Encontro com jovens argentinos, JMJ Rio 2013)

Mas esse “barulho” não era uma rebeldia vazia. Era um chamado à ação, à presença ativa na sociedade e na Igreja. Uma provocação amorosa para que os jovens fossem fermento no mundo, levando luz onde houvesse escuridão e esperança onde houvesse dor. Francisco desejava uma juventude que incomodasse o mundo com o bem, que denunciasse as injustiças, que não aceitasse o silêncio diante do sofrimento alheio.

Jovens e discernimento

O Papa também falava frequentemente da importância do discernimento vocacional — não apenas no sentido religioso, mas no mais profundo: descobrir a própria missão no mundo. Pedia que os jovens não tivessem medo de fazer perguntas, de buscar sentido e de ouvir o que Deus desejava para cada um.

Em sua exortação Christus Vivit, dedicada inteiramente à juventude, Francisco afirmava que Deus falava através dos sonhos, das inquietações, das amizades, dos desafios e até das dores. O discernimento, nesse sentido, era um processo de escuta interior e abertura ao chamado divino.

Uma Igreja com rosto jovem

Francisco acreditava em uma Igreja viva, aberta, corajosa e jovem no espírito. Encorajava paróquias, colégios e comunidades a valorizarem a presença dos jovens, escutando suas ideias e acolhendo seus dons com respeito e entusiasmo. Uma Igreja que não temesse mudar, que caminhasse ao lado das novas gerações, que aprendesse com elas.

“Uma Igreja jovem não tem medo de ser verdadeira, de se renovar e de se abrir aos desafios do tempo presente.”
(Christus Vivit, 2019)

Nós, como colégio católico, temos a grande missão de ouvir e formar nossos jovens com afeto, diálogo e confiança. Que a mensagem do Papa Francisco continue a nos inspirar a caminhar com eles, como verdadeiros companheiros de estrada — semeando fé, despertando vocações e alimentando sonhos.

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